Um tolo cristão errante e pensador
O Volney tem relatado sobre a inciativa de cristãos norte-americanos elaborando um manifesto evangélico com participação de alguns expoentes contemporâneos da fé evangélica como Os Guiness, Dallas Willard, David Neff, Rich Mouw, etc. Por aqui, Gondim, Caio, Ed e Cristianismo Hoje já se manifestaram, claro que nossa voz não faz diferença, entre essas vacas sagradas de passado duvidoso, mesmo porque, nosso passado não é melhor. Ao mesmo tempo, assim como está acontecendo em terras do norte, por aqui o pessoal identificado com a direita, especialmente a turma do Mackenzie, com folha corrida significativa de serviços prestados à ditadura militar, nada invejável, começa a eriçar os pelos, sob a máxima da rotulação das pessoas e idéias discordantes como coisa de esquerdistas e liberais. Entretanto, estou disposto a colocar minha assinatura nesse manifesto ou em algo do tipo.
Tentei chamar a atenção para a importância da leitura bíblica e da discussão responsável sobre o papel da WEB no futuro da igreja evangélica séria. Um discurso meio de direita e conservador, reconheço. Mas não estou preocupado com esses rótulos, agora. Meu passado também tem aspectos dos quais posso me orgulhar e um deles foi a minha militância contrária à ditadura, se bem que não o fizesse sob o manto evangélico. Aliás, naquela época, só encontrei evangélico atrás das linhas inimigas.
Mas não quero enganar e espero que ninguém se engane. Mais de mil textos atestam minha mais completa opção anarquista e libertaria. Não quero o Papa e a turma dele, mas fujo de outros jugos como o diabo foge da cruz. Quando alguém me diz: Prazer em conhecê-lo, sou o pastor fulano de tal… respondo: Foi uma prazer conhecê-lo durante esses longos segundos. Me bastam os que conheço e não tenho como apagá-los de minha memória. Nosso computador interno não dispõe de uma tecla delete, em sua imperfeição.
O vídeo que postei do Ruben Alves e sua parábola antropofágica foi uma escolha consciente e dei às palavras dele minha mais completa aprovação e admiração. Talvez por ter estado com os Yanomamis por duas vezes e ter me encantado ao descobrir a cultura mais antiga deles e mais rica do que a minha, onde há imbecilidades feito carnaval, futebol e cerveja, aquelas dancinhas folclóricas que ajudam a compor nossa vasta riqueza cultural e só me envergonham e me enchem da vontade de nunca ter nascido sob a bandeira verde e amarela, as cores das famílias nobres e feudais que dominavam nossas terras brasilis, quando ela foi criada. Ou tenho algum tipo de distúrbio maníaco depressivo capaz de me fazer ouvir e ver coisas impossíveis à grande maioria, como a beleza da poesia, o encanto com o vôo das andorinhas, o canto do sabiá, a vastidão e segredo dos nossos mares, o deslumbramento com o céu anil do meu Brasil varonil e essas tolices doentias todas, incluindo a cultura tosca e primitiva, mas surpreendentemente rica dos Yanomamis. Tudo bem, já conseguimos liquidar com quase todos eles. Terminar o serviço é só uma questão de tempo. Ser genocida é muito mais chique do que antropófago e consubistancialista.
Acrescento meu prazer individualista em comungar diariamente minha fé cristã exótica e liberal-conservadora com meus conhecidos da WEB. Gente cuja a cultura não tem nada a ver com a minha, alguns são inclusive remanescentes da era paleolítica, pelo menos parecem, mas que me dão enorme prazer e me fazem sentir amado por Deus, seja ele reformado ou não, afinal nem todo mundo tem o nível espiritual necessário para aderir aos pressupostos da reforma. Pelo menos por aqui, isso é privilégio de uma parte quase remota dos chamados evangélicos, e nem Deus chegou nesse ponto ainda. Qualquer dia encontrarão o túmulo de Jesus de tanto que ele se remexe dentro dele com essas bobagens caretas e reformadas. Nem Lutero viu nada igual. Mas ousei sonhar que essa interação diária com gente louca por conhecer a “verdade” possa ser a verdadeira igreja de Cristo e é assim que tenho freqüentado a rede.
Ah! Continuarei a ler os autores citados, também. Gosto disso. Sinto-me tentado a cair no pecado de exaltar-me através dessa interação bibliográfica. Mas nisso sou iniciante perto de certos pecadores muito mais adultos que eu. Sabe, não sou contra o saber. Bem ao contrário. Me incomoda quando vejo os que se dizem sábios tratando os ignorantes (como eu) com desprezo e preconceito por nossa burrice. Em minha estultície, considero sábio alguém que venceu o ego, o orgulho e a vaidade. Gente assim tem minha admiração total e irrestrita.
No mais, continuarei por aqui. Quem quiser aparecer para um café imaginário, um post despretensioso e meu sincero carinho, terá minha completa hospitalidade.
Um beijo a todos.
Aceito o café (imaginário)
Realmente o reconhecimento é algo misterioso, pois não sabemos o motivo de muitos o terem.
Ah! e também me envergonho, às vezes, da nossa pobre cultura.
E a verdadeira igreja, inditosamente, saberemos quem é ou não é, em algum dia ou algum lugar…
Abraço
Wander
Seu lugar à nossa mesa tornou-se cativo, para o café ou o que seja.
Quanto à verdadeira igreja, faremos parte dela onde quer que ela se manifeste, enquanto nosso propósito for sincero. Quem vai julgar se é ou não, costuma ser justo, mesmo que não entendamos a justiça Dele.
Lou,
o que eu acho mesmo importante e necessário, é que cada dia nos possamos parecer mais com o nosso Cristo, vivendo e agindo de acordo com os seus sábios ensinos.
Quanto a tudo o resto, eu deixo com Ele.
um abraço
viviana
Viviana
Também acho isso. Abraço para você também.
Vale um pixel de vinho?!
Obrigado pela banda direita do seu lábio superior imaginário.
Abraço
Junior
Vele sim, até dois.
Lou,
Reitero minha intenção de manter vitaliciamente uma cadeira privativa para meu uso naquele canto, à esquerda da Gruta.
“Não concordo com nada que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dize-las.”
O tolo não se reconhece como tal, e o sábio se recusa a admitir sê-lo.
Eu, sei lá… minha esperança é algum dia ver que não foi tudo em vão…
Desculpe chegar assim, eu, um desconhecido numa rede de relacionamentos já há muito formada, pretensamente cheio de opniões e reclamando o direito de sentar-se à janelinha.
Sim, sim, mesmo por isso, ou por causa disso também ficarei por aqui, no fundo da sala, observando e anotando, observando e aprendendo…
E se for possível, aceitarei, sim, a hospitalidade de todos.
http://kurielaison.blogspot.com/
Rubinho
Seu lugar está guardado, sempre.
Wesley
Estranho, fiquei com a impressão de que você já andava por aqui. Em todo caso, seja bem vindo, outra vez.
Amigo Lou,
trago para esse café pães de queijo que o “exilo” me ensinou a preparar.
Aqui no meu cantinho, tentando esconder a refrescante cerveja alemã que você abomina, vou também ouvindo e dando os meus pitacos.
Quem sabe Platão estava mesmo certo, e no céu (ou na nova terra) todas essas idéias ilusórias serão bem palpáveis. E ali nos encontraremos todos na verdadeira Gruta que te inspirou com a presença dEle a todos nós inspira. Imagine se João tivesse vislumbrado essa Gruta? Nem me fale as pedras preciosas que relataria estarem encravadas pelas paredes e chão dela!!
Abraço saudoso,
Roger
Roger
Tudo que condeno na cerveja é o culto a ela. Nada contra bebe-la, com moderação. Gostei muito de seu comentário. Vocês estão desenvolvendo a Gruta junto comigo e isso me faz muito feliz. Deus ocultou a Gruta de João para deixar algo significativo para nós. Gostei, pode mandar mais. Abraços e cuide bem das leoas.