Fidelidade, uma opção pouco moderna
A Gruta é uma proposta de apoio aos que se acham em aperto, aos endividados, aos amargurados de espírito, aos entristecidos, aos solitários, enfim a às pessoas esquecidas e solitárias, ainda que vivam em meio a uma grande multidão.
Dentre as pessoas alvo da Gruta estão os divorciados. Não importam as causas, culpas e desacertos. Gruta é lugar de abraço, de ouvir sem julgar, de entender nas entrelinhas, de se mancar. Jesus tinha, entre tantos talentos, a facilidade de identificar o problema real das pessoas, mesmo que o orgulho as traísse. Parecia ler pensamentos.
Hoje, nessa época pós-moderna, dentre as milhares de decisões a serem tomadas, não há o item fidelidade. O cara tem que decidir pelo empreendedorismo, pela garra e determinação. Quanto mais promíscuamente raciocinar e agir melhor será sua aceitação na comunidade, seja no bairro, no Orkut, Myspace ou Facebook.
Problema é que essas escolhas tem suas conseqüências e a mais importante, a meu ver, é a durabilidade tênue delas. Não se sustentam como as bobagens de antigamente, tais como a verdade, a honra e a fidelidade. Negócio hoje, é muito fast food, baladas e sexo promíscuo. Vale tudo, até homem com homem e mulher com mulher. O Tim Maia deve estar se retorcendo no túmulo.
Daí a imensa quantidade de grutenses vítimas da infidelidade. Mas a Gruta funciona como uma espécie de tapete. As pessoas engrutadas são esquecidas e evitadas, além de traídas e preteridas. Atiradas à sarjeta da calçada da infâmia, em idade imprópria para começar tudo outra vez, sentam e choram, sem que ninguém as perceba.
Tenho exposto minha situação matrimonial aqui. Dedé e eu estamos casados a trinta anos e optamos por ficar juntos até que a morte nos separe e por viver a inadequada vida conjugal monogâmica (nem a bíblia acredita nessa bobagem). Temos três segredos para conseguir essa façanha inusitada: Primeiro, nosso relacionamento está assentado sobre a decisão de sermos fiéis um ao outro. Segundo, optamos pela verdade eterna, doa a quem doer e por último, decidimos nunca tentar nos mudar mutuamente (essa é a mais dura de cumprir).
Engraçado é que o Pedro (o Apóstolo) pensava como nós. Vai ver, foi por isso que foi o único a ser identificado como casado, no texto bíblico. Em sua magnífica carta (a primeira) no capítulo três, cujo tema é a mutualidade no casamento (p’ra quem não sabe) ele diz textualmente: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vossos próprios maridos…” Igualmente a quem? Aos maridos, oras. Eles devem ser tão submissos às suas esposas, quanto elas a eles.
Claro que a fidelidade deve estar presente em todas as áreas da vida, não apenas no casamento. Igualmente, não é muito pós-moderno ser fiel no trabalho, ou nas amizades, ou seja lá onde for. Dificilmente uma pessoa fiel é aceita nos círculos da sociedade atual. Gente assim é desagregadora. Cuidado com elas, aliás, cuidado comigo, pois tenho esse terrível defeito: ser fiel até a morte, à minha esposa, meus filhos, meus amigos (por isso, eles me evitam), clientes, etc… etc… etc…
O que dizer aos grutenses preteridos e chutados pela infidelidade reinante? Cair na gandaia da infidelidade? Não, absolutamente não. Seja fiel a você mesma (o).
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É amigo Lou… eu e meu marido tb estamos casados ha 30 anos e tb optamos pela base de fidelidade em nosso relacionamento, e sabemos todos o quanto isso é difícil, mas tb sabemos o quanto é gratificante… decobri tb nesses bons anos que o que mais sustenta a fidelidade e o relacionamento são as semelhanças e assim contesto a notória frase que muitos usam erroneamente para casais que diz: “os opostos se atraem”…. aprendi que o que atrai são as semelhanças….porque “no frigir dos ovos” há que se ter concordância e respeito….Se desejamos mesmo nos parecer com ELE, a fidelidade (aos amigos, aos irmãos, aos princípios, a Cristo, a verdade etc) será sempre um começo mais alicerçado.
Beijos carinhosos.
Fidelidade. Taí uma opcäo de vida inteligente!
Parabéns pela escolha no casamento junto a Dedé (um grande beijo para ela).
Como seria verdadeira a vida se todos pudessem pelo menos aprender a ser fiéis, mas as pessoas näo säo fiéis nem a si próprias.
Lindo post!
abracos
Lou, Lou… Estava com crise de abstinência do seu blog… Não posso ficar sem te ler, é um dos remedinhos de que preciso diáriamente.
Tô contigo Lou… Depois de 5 casamentos (afff), me convertí, e estou casada há 16 anos em regime de total confiança, cumplicidade e fidelidade e por decisão espontânea de nós dois. Graças a Deus!
É uma paz, apesar de.
Amo vc mano!
bjk
🙂
Obrigado pela reflexão, meu caro. Infelizmente, sou o alvo mais frequente da minha infidelidade.
Um abraço.
Fidelidade, é o que Deus deseja acima de tudo de nós também.
Fidelidade é um compromisso. Seja no casamento, no trabalho, nas amizades.
Aquele que é fiel no pouco, também é fiel no muito.
Um abraço luso! 😉
Caro Lou, poucas vezes discordo de você. Outras vezes, afio o ferro. Desta vez, vou discordar do título de seu post( quando inseriu a palavra opção. Apenas isso, nada mais. Sou um pouco seletivo em minhas relações, então, fidelidade não seria uma opção. Seria pré-requisito. ) Bom, caminhamos (Solange e eu) para os 20 anos. No dia 02 de novembro, dia de finados – o dia dos mortos (sic! ) Não ria, por favor! Neste dia, razões que desconheço, Deus nos uniu e presenteou com vida abundante. Um cheiro.
Lou, vc estrapolou de tao bem que você escreveu. Eu ainda nem cheguei na metade dos anos que vc tem com a Dedé. Mas creio que quando vc nao é fiel primeiro com vc mesmo, nao pode ser com Deus a quem nao vê.
Bom fim de semana.
Abracos na Dedé, quem sabe ela é que é muito fiel prá te agüentar, kakakakakak
Tá aí um segredo que só quem estiver na penumbra da Gruta vai perceber e aprender. Quando nos despimos de vontades egoistas e de intenções manipuladoras (porque o resto vai sozinho), e nos cobrimos de pano de saco e cinzas como todo o bom 5 estrelas maltrapilho merece, é no vazio que nos encontramos. Primeiro a nós mesmos, e depois com cada um daqueles ou daquelas que amamos … conjugê, filhos …
Pode parecer piegas – e mesmo que seja, tanto faz no caso por opção ou por pré-requisito – mas o amor é a liga da integridade pessoal.
Lou
Tem tanta coisa que saiu de moda, não é mesmo ??
Em que pesem minhas insanidades literárias, eu continuo também casado com a mesma mulher há 20 anos…e na expectativa dos próximos 20 !
Sobre moda (o tema era outro) escrevi uma vez, depois dá uma olhada e diga o que achou – gosto da sua opinião :
http://www.adiron.com.br/mznews/data/modas.pdf