Um bom e experiente trabalhador 2
Van Gogh, outro vagabundo
Não desejo mudar meu foco. Escrevi o nº 1 no sábado, dia em que a frequência costuma ser menor, mas que teve a maior do mês, dessa vez, sem a repercussão esperada, ou seja, ninguém me ofereceu trabalho.
Com hoje é segunda feira, o dia dos inícios, dos regimes, de parar de beber e de começar a procurar emprego, achei pertinente retomar o assunto, pelo menos para preocupar mais gente. Vai que alguém por aí esteja precisando de um trabalhador com o meu perfil…
Sempre me pergunto (e não sei a resposta) como aqueles caras conseguiram viver três anos sem trabalhar e nada lhes faltou. A maioria diria: Mas Jesus, o filho de Deus em pessoa, estava com eles. O Khalil me disse uma coisa importante sobre isso que me fez prestar mais atenção nessa resposta genérica: “Jesus presente anula o poder do pecado e, também, de suas consequências”.
Como você e todo mundo sabe, o trabalho é uma das maldições advindas daquela burrada que nosso irmão mais velho e imprudente Adão, com sua companheira desgovernada Eva cometeram. Elas ficaram com o parto dolorido e nós com o trabalho, por causa daquela mordidinha de nada no fruto daquela árvore desnaturada, afinal quem se interessa em conhecer o bem e o mal além do Nietzsche?
Deus sabe mesmo como estabelecer uma maldiçãozinha. Já pensaram, ao fazer um contrato de aluguel, ao invés de estabelecer multa caso a vítima não lhe pague, você amaldiçoar o infeliz com trabalho escravo para o resto da vida e a mulher dele com câncer no útero. Seria um grande prazer ver o desgraçado trabalhando de sol a sol por um salário injusto e ainda sob a direção de um patrão canalha, sem falar na mulher tomando doses maciças de quimioterapia e acabar no cemitério carequinha da Silva. Ser malvado é uma arte.
Será que foi mesmo Deus quem conversou com Adão naquele dia, despejando aquelas maldades no desventurado? Tenho minhas dúvidas.
O fato é que nem eu, tão bonzinho como sou, escapei dessa porcaria herdada por solidariedade humana e não consigo “andar como Cristo andou”, imitando-o em seu ministério vagabundo, onde ninguém trabalhava, mas vivia se fartando em últimas ceias e churrascos de sardinha e água. Já falei para meus credores que sou discípulo de Cristo, mas eles responderam: que tenho eu com isso? Nem o Geraldo (dono do mini mercado Dia aqui perto) liga a mínima. Acho que ele fala para todo mundo que sou um “dolce fa niente”, sem que eu ouça claro, afinal sou um pouco maior que ele e bom na briga, aquele maledeto endemoniado. Odeio gente bem sucedida financeiramente.
Coloquei o texto nº 1 no grupo Fundbr do Yahoo cujo objetivo é ser um fórum sobre Captação de Recursos em organizações não lucrativas e, quem sabe, despertar alguma paixão em uma dessas empresas solitárias pelo velhinho sabido aqui. Na pior das hipóteses o Deus malvado de Adão poderia amaldiçoar uma delas com a minha contratação eterna. Seria ótimo ver “in loco” alguém sofrendo com a minha presença sem ter como livrar-se de mim, indefinidamente.
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Lou, a gruta parou de travar…
Bete
Pudera, faltava a mão do mestre… e a música, claro.
Ledo engano (nossa! há quanto tempo não tenho chance de usar essa frase, tão chic!)
O trabalho NÃO é uma maldição!!!! Adão já trabalhava no Éden, antes da queda, lembra? “E os colocou no jardim para cuidar dele e cultivá-lo”
A maldição é a obrigação de trabalhar para sobreviver. É a frustração de ver seu trabalho não alcançar resultado, não ser valorizado, não ser justamente remunerado. Essa é a maldição.
Rubinho
Valeu seu contraponto. Tenho a tendência em valorizar o que não é para despertar o que é. Um dia ainda me livro disso. 🙂
Lou, já é quanto tempo sem internet decente?
beijos,
alê
Alê
Ficamos sem Banda Larga desde o dia 12 de junho até o dia 28 de agosto, quando todos os argumentos da Telefonica foram pulverizados por um simples botão que, acionado, mandou o sinal de volta para dentro de nossa casa. Abraços.
Po eles deve ter pedido dinheiro no semaforo, ou ficaram jogando tres bolinhas para o alto … rsrsr brincadeira, parabens peo blog …