Hoje fui pego pela saudade, pela tristeza e pela dor logo cedo. Talvez, bem antes de acordar. Praticamente não parei de chorar, pois tudo me emocionou, as pessoas, as músicas, cenas de filmes, tudo. O cara no supermercado percebeu algo e me consolou, sem saber de nada. A moça no banco tentou me alegrar, mas ele estava em tudo e em todos.
Talvez tenha começado ontem quando, de repente e sem mais nem menos, o personagem da novela disse: “A dor de perder um filho é insuportável e não passa nunca”. Essa fala acertou meu coração em cheio. Ainda, disse a um amigo da culpa que sinto por não tê-lo protegido mais, por não ter me sacrificado mais e lutado mais para manter os abutres longe dele.
Não sei se sonhei, ou misturei meus pensamentos com um livro lido recentemente, mas me vi voando com um anjo, desses com roupas brancas e asas imensas de uma beleza indescritível. Ali eu sabia com quem estava sem dúvidas. Senti vergonha por ter inventado um personagem anjo parecido comigo sobre quem escrevi muitas vezes, para não falar de mim mesmo. Mas esse anjo era muito diferente, lindo, gentil, forte sem ser rude e muito, mas muito familiar. A primeira frase dele para mim foi: Você é amado! A mesma dita para o cara do livro, da qual senti imensa inveja. Depois, ele disse: Não há culpa, nem arrependimentos e nada a perdoar. Você é amado. Enquanto sobrevoávamos lugares encantadores, inimagináveis e indescritíveis, ele era o anjo, com nome de anjo e tudo de anjo, sem qualquer dúvida.
Durante o dia, me dei conta, aquele ser celestial com quem voei um voo surreal era o Thomas. Meu Deus, um anjo entre nós e não nos demos conta!
Como diz o texto bíblico, “um anjo esteve entre nós”.