Fiel infidelidade
Embora não se proponha a tanto, a bíblia inclui muita sabedoria. Não toda a sabedoria divina, como querem alguns, mas muitas e úteis palavras sábias.
Com várias referências, lemos algo sobre o espelho da fidelidade, ou seja, se alguém é fiel nas pequenas situações, certamente será nas grandes (Lc 16:10). Tenho espalhado aí pelas redes sociais minha maior fonte de decepção, ao longo da vida, a traição. Sim, considero a traição como infidelidade. Até onde consigo lembrar, tenho sido fiel com as pessoas, sobretudo, mas em todas as situações de vida, também. Muitas vezes passei por cima do meu proverbial orgulho para manter e preservar a fidelidade. No casamento, ela é essencial e ninguém deve tentar me provar nesse quesito. Aliás, muitas tentativas aconteceram, todas sem sucesso.
Talvez tenha aprendido esse detalhe pelo avesso do exemplo de meus pais, adeptos da infidelidade. Mas não estou escrevendo isso por causa da fidelidade matrimonial e conjugal, entre as grandes e tão fora de moda em nossos dias. Pensei em abordar a pequena fidelidade, como ensina o nosso Livro Sagrado de cabeceira, afinal todos nós mantemos um exemplar bem à mão, certo? A pequena fidelidade como espelho aos grandes atos de ser fiel. Podemos começar com o blog. Salvo raras exceções, as amizades conquistadas, via blog, são tão efêmeras que nem dá para considerar sua partida como traição. São como o vento imprevisto. Mas dá uma dorzinha ver alguém que começou nesse meio comentando seu blog, sumiu e agora anda em todos por aí, menos no seu. Gente assim não segura nem na mão, quanto mais abraçar, beijar, etc. São pequenas traições, embora poucos as percebam.
Nossa, minha predileção por pessoas que procuravam todo mundo antes de mim foi permanente. Adoro essas traíras. Nem a gentileza de perceber minha longanimidade em aturá-los apesar disso, eles me emprestavam. Consideravam-me um tolo e com razão. Nesse quesito, nunca importou o tipo de relação, cor, sexo, whatever. Como naquela dinâmica que o Zenon Lotufo Junior sempre faz, o rótulo em minha testa era: “Traia-me”, enquanto me mantenho fiel. Dentre todas as qualidades, a fidelidade é a que mais amo em minha esposa. Entre meus relacionamentos, é única. A fidelidade inclui mutualidade.
Quando trabalhava em Campestre, me hospedava no hotel do Homero borracha, uma espelunca monumental, e antes de dormir procurava algo na TV, caso contrário lia até dormir. Uma noite, peguei um filme começando, na Globo, chamado Infidelidade, com Richard Gere. A história de um casal, em que a esposa trai o marido com um bonitão francês e o marido, às tantas, sem querer querendo, mata o amante. Cara, sofri com aquele personagem profundamente. Senti as dores dele, nas duas vezes, com os encontros da mulher e com a morte do cretino e seus desdobramentos. Seguramente aquela mulher passaria pela Gruta como uma ventania igual a tantas outras.
Há todo um cabedal de pequenas traições à nossa disposição. Incrível como as pessoas traem em situações tão banais, dando a maior bandeira. Um café, um papo no fim da tarde, um telefonema, um apoio, um recado, um E-mail, uma oração, um twitter, qualquer pequena esquiva, pode ter certeza, ali vai um potencial traidor. Não dê as costas a ele. Apesar de aturar gente assim, confesso, não dou um tostão por esses crápulas. Pena não ser capaz de desligar o canal emocional para evitar sentir algo por eles, ainda que seja raiva. Preferiria desprezá-los.
Porventura serei eu Mestre?
(não me passe o bocado molhado)
Xauuuuu, ótimo sábado a todos aí na Gruta.
Estou aqui para comentar antes que a carapuça entre!
Lou, acho que as leituras do Volney tem te causado grilos. hehehe!!
Ai, Belo texto, mas me fez lembrar que eu ando em falta com as contas da moral.
Fazer o quê, né?
O filme é mesmo angustiante, pobre marido.. e logo o George Gere, sacanagem rsss
Traição é triste, sinto o mesmo, principalmente quando os amigos blogueiros declaram seu “amor” e somem. Me inclua fora dessa…
um abração Lou
Ó, tô aqui, hein!
Ei, maluco, só para lembrar que sua missão é liberar da culpa, não inculcá-la. Respire fundo e corrija-se, que é chegado o reino de Deus.
Lou, você me expulsou da Gruta? Tirou meu link só de raiva rsss Você sabe que eu sofro de “ai ai ai profundo…” Só fiquei afastada da rede por motívos obvios: Internet a táxi (pra Lan House) não é muito viável na floresta. De qualquer maneira, eu continuo te visitando e admirando sempre, por simples teimosia (identificação).
Um grande abraço mano!
Ops! Fiquei toda feliz… Agora, pr’ocê ver o quanto sou “gagá” O George é Richard?? afff… vai ser distraída assim lá no blog hehehe.
Brigada por me devolver meu cantinho do seu lado.
bjsssssss
Pensei que vc fosse falar de Oséias e Gomer novamente! rss
Louuu, amanhã a minha pacata cidade vai estar nas telas da TV! Claro que devido a uma tragédia- afinal de contas, se não há tragédias, não há notícias!- Um bimotor caiu aqui!
O nome da cidade? Paranavaí!
Boa semana ae Lou!
Lou, não me odeie! Minha ausência não é privilégio exclusivo da Gruta e se deve a uma pobre mão problemática que não me dá trégua. Mas, estou voltando ao poucos a exercer fidelidade…
Lou, meu querido!
Estou me sentindo mal, porque quando tentei linkar seu blog aos “blogs que acompanho”, aparecia uma mensagem que dizia não ser possível… então só tenho seu link em “outros pensamentos”, na minha página da frente. Mas olha, eu acompanho seu blog,sim, e você sabe disso, não?
Tenha uma semana abençoada, meu amigo!
beijinhos
=O
Brincou!
Férias por aqui? Tô bege! (rs)
Preguiça vale como traição?
É tão mais fácil ler o Bloglines e ficar quietinho… ‘inda mais quando não sei o que dizer… por pura preguiça!!!